sexta-feira, 1 de maio de 2020

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Uma temporada em Vitória

Há exatamente 38 anos, Adinho transferiu a sede da família Cândido para Vitória. Alugou um apartamento na praia e fomos todos, pais, filhos, agregados, morar durante algumas semanas na capital do Espírito Santo. O motivo? Bia e Flávio tinham se mudado pra lá. E Luana, a Luaninha da foto, no colo da mãe, ao lado do avô coruja, da tia Rita e do Curumim, a primeira e única capixaba da família, estava pra nascer. Fomos esperá-la. Na época, me pareceu normal essa atitude do Adinho que hoje percebo como extraordinária. Recebida com tanto amor, só podia mesmo ser a beleza de sucesso que é hoje. O Adinho tem parte nisso.
(Publicado originalmente em 15/7/18.)


terça-feira, 19 de junho de 2018

Lembranças do Vovô

No momento estou a ouvir músicas que me levam de volta no tempo e consigo lembrar de detalhes nos quais ao longo dos anos a gente deixa adormecidos.

Uma emoção grande me toma e consigo sentir a grandeza do meu Avô. Quem o conheceu sabe a pessoa encantadora que Ele era. Adinho era cuidadoso, generoso, atencioso, alegre e de um caráter admirável. Fazia com que cada um se sentisse especial e querido. A casa dele era um lugar onde todos se sentiam acolhidos e inseridos em sua (nossa) família.

Consigo lembrar do amor aos seus pássaros. Cada um mais lindo que o outro. Nós, netos, ficávamos ao lado vendo Ele trocar a água, colocar alpiste e jiló. Vovô com a mania de fazer com que as pessoas se sentissem demais inventou que cada neto era “dono” de um de seus passarinhos. Com isso cada um ajudava a cuidar do “seu” respectivo pássaro.

O tempo que Ele tirava pra cuidar dos seus carros também era algo que ficávamos curiosos e sempre íamos lá ver o que tanto Ele fazia. A jabuticabeira era regada todos os dias e, por ser tão bem cuidada, o agradecia carregando de frutas diversas vezes ao ano.

Andávamos de bicicleta no seu terreiro, jogávamos vôlei no varal e algumas vezes no fio de luz (aí Ele ficava bravo com a gente rs). Diversas vezes brincou de bola com a gente pra mostrar como se jogava futebol. Me lembro das firulas que fazia. Vovó foi um bom jogador de futebol no tempo dele e fazia questão de nos contar e relatar momentos felizes. Foi dele que surgiu o nosso amor ao glorioso Clube Atlético Mineiro. Assistir ao jogo do Galão era um momento importante e intenso. Consigo lembrar com nitidez.

Como o Galo, Ele nós fez amar a Estação Primeira de Mangueira também. Me lembro que tínhamos que ficar acordados até a Estação Primeira desfilar que normalmente era dos últimas do dia.

Seus sambas de Noel, Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Ataulfo Alves, entre outros, então no sangue da Família Cândido e possuem uma memória afetiva gigantesca e me faz senti-lo por perto.

A verdade é que meu amor e admiração pelo Vovó é de uma grandeza indescritível. Poderia ficar aqui escrevendo, descrevendo e lembrando por tempo demais, porque eu me sentia tão bem e tão amada por Ele que reparava muito tudo que Ele fazia. Suas falas; jeito de tratar as pessoas; seu tempo e maneira de comer; suas músicas; suas gargalhadas; sua boina; seus mil chocolates; suas sandálias de couro; seu Ray-Ban; seu “Cada dia mais bonita?”, seu amor, carinho e cuidado com minha Avó.

Vô, sou grata e imensamente feliz por ter tido você muitos anos de minha vida e por tê-lo como base da nossa família. Somos todos MUITO Cândido com muito orgulho e muito amor. Te amo tanto, tanto... Feliz 100 anos, Vô!!! Posso visualizar a sua festa de hoje com muito violão da tia Rita, Vovó cantando abraçadinha no seu pescoço, tio Toninho e tia Naná naquela alegria cantarolando suas músicas preferidas.

Um abraço, um beijo e um pedaço de queijo, Vô!

Marina

(Na foto: Marina, no colo da Mafá, Flora, Lorena, Luana e Lucas, na casa do vovô Adinho.)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Parodiando Manuel Bandeira no centenário do meu pai

"A casa do meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!"

Profundamente

Se me lembro das festas de aniversário do meu pai
Escuto alegria e rumor,
Cantigas e violão
Ao redor da fogueira acesa.

Desperto e não ouço mais as vozes daquele tempo.
Onde estão os que há pouco
Cantavam, tocavam
Ao pé da jabuticabeira?

Não ouço a minha mãe,
Não vejo o meu pai,
Não escuto o violão.
Onde estão eles?

Para onde foram as vozes daquele tempo?

Meu tio,
Meu primo,
Gargalhadas e confusão.
Aquela gente toda que só se via em 18 de junho?

Para onde foram?
Onde estão eles?
Estão todos dormindo.
Dormindo profundamente.

(Beatriz Cândido)

sábado, 16 de junho de 2018

Adinho na praia de Santa Mônica (ES)


O jovem Adinho


O craque Adinho (2)


O craque Adinho (Brasil Futebol Clube, da Lagoinha)


O craque Adinho


O casamento de Adinho e Nazinha


Adinho, Nazinha e Ritinha


Adinho, Nazinha e quatro filhos


Adinho, Nazinha e filhos


O bancário Adinho


quarta-feira, 16 de maio de 2018

Dia das Mães

Minha mãe foi uma mulher muito especial.("Todas as mães são", disse hoje meu ex-marido, ao me cumprimentar, "cada uma a seu modo".)
Minha mãe, nascida em 1925, trazia em si o embrião da revolução feminista que iria mudar o mundo. Contudo, mineira, nascida em família muito católica, manteve-se sempre dentro de um padrão que pode ser considerado conservador. Foi pedagoga e trabalhou em educação pública por mais de quarenta anos. Era muito culta, financeiramente independente e cercou-nos de livros e amor às artes. Família grande, cinco filhos, ótima cozinheira e casa aberta a todos -parentes, amigos, amigos dos filhos - enquanto viveu. Era considerada pelas contemporâneas uma mulher diferente, que priorizava a carreira em detrimento do papel de dona de casa. Sua relação com meu pai era maravilhosa e ele a admirava enormemente. Ela sempre gostou de escrever e exercitava esse prazer em acrósticos que floriam nas manhãs como flores nos vasos que não haviam na minha casa. Hoje achei seus versinhos em uma coletânea reunida por minha prima. Gostei muito mais do que gostava antes. Vou compartilhar alguns aqui, em uma pequena homenagem. (Beatriz)

Para o Carlos

Hoje meu filho querido
A conversa é com você
Que espera encontrar métrica
Nos meus versos que você lê.
Se me preocupasse com a métrica
Como quer meu jornalista
Nunca passaria da crista
O que trago no coração.
O que escrevo não tem métrica
E muito menos rima certa
Por isso não é poesia
Não passa de fantasia
Desde criança que escrevo
Bobagens que vêm num assalto
Mas nunca também me atrevo
A dizer que são versos de fato.
(maio de 92)


Dia das mães
Minhas queridas filhinhas
Hoje é o nosso dia
Um dia que foi só meu
Hoje também é dia seu
A querida mamãe Beatriz
Muito me tem feito feliz
Agradeço Luana e Lorena queridas
Que tanto alegram nossas vidas.
A querida e boa Inez
Também teve sua vez
Nos trouxe Lucas com amor
Agradeço com grande fervor.
Agradeço à querida Ritinha
Pela minha netinha Laís
Tão doce, alegre, lindinha
Que me tornou mais feliz.
Noras também são filhas.
A Mafá, Valéria, Vanessa, quero agradecer,
Por Flora, Marina, Sofia, Davi e Alice
Que iluminam nosso viver.
(Maio de 2003)"

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Família Cândido em 1978, pais e filhos

6 de janeiro de 1978, bodas de prata do Adinho e da Nazinha. Da esquerda para a direita: Inez, Rita, Gê, Nazinha, Adinho, Bia e Carlos.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Clã Cândido em 2001

Clã Cândido quase completo, antes do nascimento da última leva de netas (Laís, Alice, Isabel e Nara), na casa da Rua Rio Novo. Provavelmente 2001.

A primeira neta (e um curumim)

Da esquerda para a direita: Curumim, Bia, Luana (no colo), Adinho e Rita. Provavelmente no comecinho de 1981.

Amor, ainda, depois de 52 anos

Adinho e Nazinha em 2005 ou 2004, provavelmente.