terça-feira, 19 de junho de 2018

Lembranças do Vovô

No momento estou a ouvir músicas que me levam de volta no tempo e consigo lembrar de detalhes nos quais ao longo dos anos a gente deixa adormecidos.

Uma emoção grande me toma e consigo sentir a grandeza do meu Avô. Quem o conheceu sabe a pessoa encantadora que Ele era. Adinho era cuidadoso, generoso, atencioso, alegre e de um caráter admirável. Fazia com que cada um se sentisse especial e querido. A casa dele era um lugar onde todos se sentiam acolhidos e inseridos em sua (nossa) família.

Consigo lembrar do amor aos seus pássaros. Cada um mais lindo que o outro. Nós, netos, ficávamos ao lado vendo Ele trocar a água, colocar alpiste e jiló. Vovô com a mania de fazer com que as pessoas se sentissem demais inventou que cada neto era “dono” de um de seus passarinhos. Com isso cada um ajudava a cuidar do “seu” respectivo pássaro.

O tempo que Ele tirava pra cuidar dos seus carros também era algo que ficávamos curiosos e sempre íamos lá ver o que tanto Ele fazia. A jabuticabeira era regada todos os dias e, por ser tão bem cuidada, o agradecia carregando de frutas diversas vezes ao ano.

Andávamos de bicicleta no seu terreiro, jogávamos vôlei no varal e algumas vezes no fio de luz (aí Ele ficava bravo com a gente rs). Diversas vezes brincou de bola com a gente pra mostrar como se jogava futebol. Me lembro das firulas que fazia. Vovó foi um bom jogador de futebol no tempo dele e fazia questão de nos contar e relatar momentos felizes. Foi dele que surgiu o nosso amor ao glorioso Clube Atlético Mineiro. Assistir ao jogo do Galão era um momento importante e intenso. Consigo lembrar com nitidez.

Como o Galo, Ele nós fez amar a Estação Primeira de Mangueira também. Me lembro que tínhamos que ficar acordados até a Estação Primeira desfilar que normalmente era dos últimas do dia.

Seus sambas de Noel, Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Ataulfo Alves, entre outros, então no sangue da Família Cândido e possuem uma memória afetiva gigantesca e me faz senti-lo por perto.

A verdade é que meu amor e admiração pelo Vovó é de uma grandeza indescritível. Poderia ficar aqui escrevendo, descrevendo e lembrando por tempo demais, porque eu me sentia tão bem e tão amada por Ele que reparava muito tudo que Ele fazia. Suas falas; jeito de tratar as pessoas; seu tempo e maneira de comer; suas músicas; suas gargalhadas; sua boina; seus mil chocolates; suas sandálias de couro; seu Ray-Ban; seu “Cada dia mais bonita?”, seu amor, carinho e cuidado com minha Avó.

Vô, sou grata e imensamente feliz por ter tido você muitos anos de minha vida e por tê-lo como base da nossa família. Somos todos MUITO Cândido com muito orgulho e muito amor. Te amo tanto, tanto... Feliz 100 anos, Vô!!! Posso visualizar a sua festa de hoje com muito violão da tia Rita, Vovó cantando abraçadinha no seu pescoço, tio Toninho e tia Naná naquela alegria cantarolando suas músicas preferidas.

Um abraço, um beijo e um pedaço de queijo, Vô!

Marina

(Na foto: Marina, no colo da Mafá, Flora, Lorena, Luana e Lucas, na casa do vovô Adinho.)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Parodiando Manuel Bandeira no centenário do meu pai

"A casa do meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!"

Profundamente

Se me lembro das festas de aniversário do meu pai
Escuto alegria e rumor,
Cantigas e violão
Ao redor da fogueira acesa.

Desperto e não ouço mais as vozes daquele tempo.
Onde estão os que há pouco
Cantavam, tocavam
Ao pé da jabuticabeira?

Não ouço a minha mãe,
Não vejo o meu pai,
Não escuto o violão.
Onde estão eles?

Para onde foram as vozes daquele tempo?

Meu tio,
Meu primo,
Gargalhadas e confusão.
Aquela gente toda que só se via em 18 de junho?

Para onde foram?
Onde estão eles?
Estão todos dormindo.
Dormindo profundamente.

(Beatriz Cândido)

sábado, 16 de junho de 2018

Adinho na praia de Santa Mônica (ES)


O jovem Adinho


O craque Adinho (2)


O craque Adinho (Brasil Futebol Clube, da Lagoinha)


O craque Adinho


O casamento de Adinho e Nazinha


Adinho, Nazinha e Ritinha


Adinho, Nazinha e quatro filhos


Adinho, Nazinha e filhos


O bancário Adinho